Americanas day
Demorou, mas a Polícia Federal entrou com tudo hoje no caso da fraude bilionária das Lojas Americanas. Numa operação batizada de Disclosure, a PF saiu às ruas para cumprir 15 mandados de busca e apreensão e outros dois de prisão preventiva. Os alvos são dois ex-diretores da companhia, suspeitos de praticar fraudes contábeis, as quais ajudaram a companhia a cair em desgraça.
Os diretores alvos de prisão são Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali. O primeiro era CEO das Americanas, enquanto ela comandou várias áreas da empresa, desde a B2W até a fintech AME. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra outros 11 ex-funcionários das Americanas.
A dupla é suspeita de praticar fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, nas quais a varejista conseguia antecipar os pagamentos a fornecedores junto a empréstimos nos bancos. Eles também teriam realizado contratos de verba de propaganda que eram contabilizados, mas nunca existiram.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens no valor de mais de meio bilhão de reais.
Apesar dos mandados de busca e apreensão, Gutierrez e Saicali não foram presos e já são considerados foragidos pela Polícia Federal. O ex-CEO mora há cerca de um ano na Espanha, enquanto a diretora viajou a Portugal no dia 15 deste mês e ainda não retornou. Os nomes de ambos já constam na lista de procurados da Interpol.
A investigação contra o grupo começou a partir de acordos de colaboração firmados entre o Ministério Público Federal e funcionários das Americanas. Também foram levantadas provas, como mensagens de WhatsApp, que comprovariam as fraudes. A empresa, que passa por recuperação judicial, também teria ajudado no fornecimento de evidências.
Os ex-diretores podem ser indiciados por crimes como manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas, prática conhecida como "insider trading". O caso corre sob segredo de justiça. As defesas dos dois ex-diretores não foram encontradas para comentar o caso.
Dúvidas permanecem
Embora os dois ex-diretores possam ter contribuído para uma série de fraudes contábeis nas Americanas, o bloqueio de cerca de meio bilhão de reais ainda deixa dúvidas. Segundo o que foi divulgado até o momento, não é possível saber o nível de responsabilidade dos dois diretores no rombo geral das Americanas, nem se há outros funcionários da empresa envolvidos.
Assim, credores e investidores minoritários ficam sem saber onde foram parar os outros 25 bilhões que a empresa diz ter acumulado de dívidas, levando-a à recuperação judicial.
Investigação sobre golpe mostra fragilidade do sistema de validação de linhas telefônicas
Leia MaisEx-vice-presidente da Caixa é demitido do serviço público por justa causa por assédio sexual e moral
Leia MaisEm ação antitruste, Departamento de Justiça dos EUA quer que empresa venda o navegador Chrome
Leia MaisGoverno de Alagoas abate quase metade da dívida da usina falida e procuradores levam comissão de 20%
Leia MaisEm nova ação contra a Lava Jato, Toffoli retira sigilo de caso de gravação de conversas do doleiro
Leia MaisProcuradores da PGFN mudam postura e estendem prazo para análise de desconto em dívida da Laginha
Leia MaisBradesco exige votação que respeite a ordem dos credores na assembleia de credores da Laginha
Leia MaisProcuradores dos EUA avançam criminalmente contra bilionário amigo de Modi após ataque da Hindenburg
Leia MaisConselho Nacional de Justiça aposentou desembargadora envolvida em venda de sentenças
Leia MaisInvestigações tentam encontrar laços de militares que queriam matar Lula com o 8 de janeiro
Leia MaisMilitares e um agente da PF presos queriam matar Lula e Alckmin; Moraes também era alvo do grupo
Leia MaisO mês que marcaria os últimos dias do governo Bolsonaro foi o escolhido para o golpe, segundo a PF
Leia MaisOperação da PF assusta por mostrar que, sob Bolsonaro, militares podem matar adversários políticos
Leia MaisInvestigação da PF mostra que general próximo a Bolsonaro elaborou plano para matar Lula e Alckmin
Leia MaisSenacon tenta limitar publicidade de bets, mas falha ao detalhar eventuais punições.
Leia Mais